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terça-feira, 1 de abril de 2014

AGIR - PALAVRA MÁGICA

Nosso papel - Mais ação!


Lugar de lixo é na lixeira ou na sacolinha que você carrega na bolsa para depois colocá-la em local adequado. Tanto faz. Mas, definitivamente, não é na areia da praia ou na água do mar. O problema é que, apesar dessa informação já estar bastante difundida, ainda existe um grande número de pessoas que polui as praias. Quem sofre com isso? O meio ambiente, os animais e o próprio ser humano.



Os oceanos cobrem mais de 70% do planeta, abrigam milhares de seres vivos e são responsáveis por 50% do oxigênio que utilizamos. Além disso, também servem de via de transporte e são fontes de alimentação. Ou seja, motivos não faltam para manter as água limpas. No entanto, várias praias permanecem com restrições para banhos de mar por conta de poluição.


Cerca de 77% dos poluentes despejados vêm de fontes terrestres e tendem a se concentrar nas regiões costeiras, justamente o habitat marinho mais vulnerável, e também o mais habitado por seres humanos. A população que mora no litoral ou nele passeia nos finais de semana e feriados é uma das grandes responsáveis pelo lixo que acaba se depositando no fundo do mar. Produzimos cada vez mais lixo e nos descartamos dele com uma velocidade cada vez maior.
Produzimos vários tipos de lixo, mas a grande praga dos mares é o plástico. O material tem uma vida útil curtíssima, mas demora centenas de anos para se desfazer, seja no mar, seja na terra. E, dentro do estômago de um bicho marinho, pode fazer um grande estrago, levando-o até à morte. Para uma tartaruga, por exemplo, um saco plástico boiando na água pode parecer uma água-viva – ou seja, comida.


 O esgoto (industrial e doméstico) constitui uma das grandes ameaças para a vida marinha e para quem vive no litoral porque age como um fertilizante. O esgoto leva para o mar grande quantidade de matéria orgânica, o que acaba contribuindo para uma explosão do fitoplâncton – uma explosão que, não por acaso, é conhecida por "bloom". A vida microscópica cresce de forma desordenada, prejudicando os outros microorganismos marinhos, que ficam sem espaço, sem oxigênio e sem nutrientes. Um dos exemplos mais conhecidos do bloom é a chamada maré vermelha, que resulta da proliferação dos dinoflagelados – um tipo de fitoplâncton que contém pigmento vermelho. Os dinoflagelados produzem substâncias tóxicas que podem causar a morte.
O esgoto também carrega para o oceano diversos organismos nocivos como bactérias, vírus e larvas de parasitas. Metade do peso seco do lixo humano é composto por bactérias. Delas, um grupo em particular costuma ser apontado como o grande vilão: os coliformes fecais. Tanto que são empregados como indicadores do nível de poluição das praias. Pelo menos 30% das praias brasileiras tem mais coliformes fecais do que deveriam – um sinal de que tem esgoto demais por ali.

Ameaça à saúde

As bactérias coliformes são os principais indicativos de contaminação das praias. A ingestão da água poluída pode provocar diversas infecções, principalmente do trato digestivo, chamadas gastroenterites. De acordo com a infectologista membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Infectologia e professora da Unigranrio, Cristiane da Cruz Lamas, diarréias acometem facilmente quem ingere essas águas. “As crianças se expõem ainda mais”, destaca.

A especialista alerta que doenças mais graves podem ser transmitidas pela água contaminada por dejeto humano presente no esgoto. “A transmissão da hepatite A é muito comum nestas condições. Ela é ainda mais grave para o adulto, que demora a se recuperar do quadro infeccioso. A ingestão de alimentos marinhos, principalmente mariscos, também pode transmitir a doença”, alerta Cristiane Lamas.




O meio ambiente precisa da colaboração e do respeito de todos. Confira algumas dicas que podem ajudar a preservar a saúde de nossos mares:

• Ao caminhar pelas praias, recolha os plásticos que encontrar. Mesmo que o lixo não seja seu, não custa dar essa ajuda à natureza. Ao subir, a maré leva os objetos para a água, onde são confundidos com água-viva por outros animais, que morrem sufocados ao engolir sacolas e garrafas PET.
• Participe de mutirões de limpeza na sua cidade. Se não encontrar nenhum evento agendado, ajude a organizar um. Não é difícil encontrar pessoas engajadas em questões ambientais que gostariam de colaborar mais com o recolhimento de lixo nas praias.
• Fale sobre a importância de levar seu lixo embora ao sair da praia. Você pode estar consciente disso, mas se seus amigos e familiares não estão, não hesite em explicar as consequências de deixar objetos na areia.

Fonte: Ambiente Brasil