Se não bastasse ser uma questão de saúde pública é também falta de respeito com o semelhante. Tanto quanto ou pior mesmo que transformá-lo em fumante passivo. São agressões que representam total falta de educação, mas que estamos sujeitos em todos os lugares.
Além dessa falta de respeito o mais absurdo é que pagamos altos impostos ao município e a Prefeitura de São Sebastião sempre protelou a questão alegando a inexistência de um Centro de Controle de Zoonoses, que acabou sendo construído nesta gestão, mas é só andar pelas praias da cidade para verificar o problema, que se resume na ausência de fiscalização e aplicação da Legislação existente. Indicador do processo de degradação, com reflexos na desvalorização imobiliária.
O hábito das pessoas andarem na praia sem calçado torna-as vulneráveis, pois a decomposição das fezes caninas além do cheiro desagradável favorece o desenvolvimento de parasitas intestinais e da larva migrans, conhecido como bicho geográfico, constituindo-se um grave risco à saúde pública. Principalmente às criancinhas que adoram brincar na areia.
Na praia de Guaecá a comunidade financia campanhas, com enormes faixas, além da distribuição de folhetos, que não funciona, pois se trata de um problema que só se resolverá através de ações conjuntas: de educação ambiental e fiscalização, aplicando as multas previstas e apreendendo os animais, alguns perigosos que avançam nas pessoas, outros doentes. Providência que deveria começar já visando à temporada que se aproxima.
Por outro lado, existem proprietários com o hábito de trazer junto o cão para sua casa de veraneio e perdem o controle sobre os mesmos. Outros imaginam que manter esses animais na propriedade aumenta a segurança das mesmas, mas não orientam seus caseiros os cuidados que devem ser tomados para não deixar o animal solto infectando o meio ambiente e perturbando a vizinhança que vêm em busca de repouso. E há aqueles que fazem com sentido provocativo meramente para mostrar poder. São infelizes que não sabem usufruir e preservar essa exuberante natureza e certamente não a merecem.
Essa situação de cães e da irresponsabilidade de seus proprietários é tão grave que no Orkut existem inúmeras páginas tipo "cão na praia não", recentemente a Rede Globo veiculou extensa matéria sobre o assunto nas praias do Rio de Janeiro. Em Vitória e Vila Velha, ampla reportagem publicada em a Gazeta, mostrou que análises efetuadas com a areia indicam sua contaminação com sérios riscos aos seus usuários1. Em Nova York a situação ficou tão grave que levou com que uma adolescente sugerisse que a Prefeitura ao expedir a licença fizesse constar o DNA, para que funcionários da limpeza pudessem ao fazer a coleta enviar amostras ao Laboratório para análise e o infrator receberia a Multa pelo Correio.
Se não bastassem esses riscos, temos a tristeza de depararmos com outras feras piores que os infelizes animais: seus proprietários. Ao ser chamado a atenção, muitos deles agem de forma irracional, agressiva e com a mais absoluta prepotência como se estivessem na plenitude de seu direito.
Para esses deveria haver uma pena para cada infração cometida pelo seu animal, além das multas previstas em Lei: fazer um extenso curso de reeducação e cumprir tarefas semanais de limpeza e higienização da sujeira em locais públicos.