Supermutirão vai limpar as grandes capitais brasileiras a partir de 2011
Campanha para mobilizar cidadãos será lançada na noite desta quinta-feira, dia 20, no Rio de Janeiro; organizadores querem atrair 200 mil voluntários para recolher lixo nas ruas cariocas em uma semana
Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu
Na primeira semana de março de 2011, as ruas da cidade de Rio de Janeiro serão tomadas por 200 mil voluntários decididos a livrar a cidade do lixo em uma semana. Belo Horizonte, Brasília e, por fim, São Paulo – com intervalos de seis a oito meses – serão as próximas cidades beneficiadas. Mas para garantir o sucesso da mega-operação, nesta quinta-feira, dia 20 de maio, a partir das 19h30, será lançada no Rio, a campanha oficial para mobilização dos voluntários.
A novidade será anunciada ao público durante o show de encerramento do 3º Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, evento que tem entre os convidados especiais, Rainer Nõlvak, ambientalista estoniano e principal idealizador do movimento Let´s Do It (vamos fazer isto).
A ação já ocorreu na Estônia e em Portugal, onde voluntários locais limparam as ruas em um dia cada. A próxima etapa da campanha está prevista para setembro, em Nova Dhéli, capital da Índia. No Brasil, Nõlvak declarou estar “muito animado e ansioso para conhecer a força de mudança do povo brasileiro”.
Clique aqui para ver o vídeo da ação realizada em 2008 na Estônia. O movimento reuniu 50 mil pessoas e recolheu, em apenas um dia, 10 mil toneladas de lixo descartadas de forma incorreta.
Limpa Brasil – Let´s Do ItPor ter dimensões continentais e uma realidade cultural diferenciada dos países europeus onde foram realizados os dois primeiros mutirões, a ação no Brasil se transformou em um projeto e foi apelidado deLimpa Brasil – Let´s Di It .“Fizemos questão de adotar o nome internacional do movimento para manter a identificação, mas muitos aspectos terão que ser adaptados para nossa realidade”, explica Marta Rocha, da Atitude Brasil, consultoria que coordena o projeto no Brasil.
Aqui, o projeto tem objetivo de provocar reflexão popular sobre a responsabilidade individual na conservação dos espaços públicos e do meio ambiente, coisa que segundo Rocha, “já acontece com maior naturalidade nos países europeus”.
“Aqui ainda é muito comum jogar lixo nas ruas, nos rios e outros lugares públicos, por isso, queremos que esta ação conjunta de limpar o Brasil pelas mãos dos próprios cidadãos provoque uma reflexão e que gere uma mudança de comportamento”, explica.
Segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana da Prefeitura do Rio de Janeiro (Comlurb), a cidade gasta cerca de R$ 250 milhões por ano na coleta de mais de 1,2 milhões de toneladas de lixo recolhidos nas ruas e praias da cidade. A coleta do lixo jogado no chão custa três vezes mais se comparado ao custo do recolhimento em lixeiras. Por outro lado, o descarte incorreto do lixo tem impactos ambientais negativos, pois, entopem esgotos e provocam enchentes, além de poluir rios e mares, prejudicando a desenvolvimento saudável do ecossistema.
Vale lembrar que pequenas ações do cotidiano como não jogar lixo em locais impróprios, separar lixo para reciclagem e evitar o consumo excessivo de embalagens podem ajudar na economia de recursos que poderiam ser investidos no melhoramento de serviços públicos de saúde, educação, transporte, lazer, etc.
Diferentemente das ações na Europa – onde a limpeza durou apenas um dia cada e a custo zero – no Brasil, a ação carioca, por exemplo, tem um custo estimando em pouco mais de R$ 3 milhões e já conta com apoio de empresas como a Petrobras, a Vale, o Banco do Brasil, além de empresas de comunicação como a Rede Globo, TV Cultura, e o Canal Futura.
“O projeto aqui [no Brasil] vai se estender por muito mais tempo. Só no Rio, vamos trabalhar durante uma semana. Existe um desafio de logística e comunicação muito grande e isso requer profissionais qualificados, não dá para contar apenas com voluntários. Mesmo assim, as parcerias têm muito mais peso nessa ação”, afirma Rocha.
Começo desafiador
Para se ter uma idéia da dimensão do desafio que os voluntários cariocas vão enfrentar, a cidade do Rio de Janeiro tem hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pouco mais de seis milhões de habitantes – quase um triplo de toda a Estônia, com 2,2 milhões de pessoas. Por outro lado, a Comlurb retira das ruas 3,1 toneladas de lixo por dia, o equivalente a 95 mil toneladas todo mês.
Esperançosa, Rocha espera que a ação no Rio recolha um volume muito maior do que o da Estônia: “considerando o número de voluntários que pretendemos convocar e a própria necessidade de praticar uma ação que realmente faça diferença, nossa expectativa é recolher em uma semana um volume dez vezes maior que o recolhido na Estônia, ou seja, algo em torno de 100 mil toneladas de lixo”.
Segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana da Prefeitura do Rio de Janeiro (Comlurb), a cidade gasta cerca de R$ 250 milhões por ano na coleta de mais de 1,2 milhões de toneladas de lixo recolhidos nas ruas e praias da cidade. A coleta do lixo jogado no chão custa três vezes mais se comparado ao custo do recolhimento em lixeiras. Por outro lado, o descarte incorreto do lixo tem impactos ambientais negativos, pois, entopem esgotos e provocam enchentes, além de poluir rios e mares, prejudicando a desenvolvimento saudável do ecossistema.
Vale lembrar que pequenas ações do cotidiano como não jogar lixo em locais impróprios, separar lixo para reciclagem e evitar o consumo excessivo de embalagens podem ajudar na economia de recursos que poderiam ser investidos no melhoramento de serviços públicos de saúde, educação, transporte, lazer, etc.
Diferentemente das ações na Europa – onde a limpeza durou apenas um dia cada e a custo zero – no Brasil, a ação carioca, por exemplo, tem um custo estimando em pouco mais de R$ 3 milhões e já conta com apoio de empresas como a Petrobras, a Vale, o Banco do Brasil, além de empresas de comunicação como a Rede Globo, TV Cultura, e o Canal Futura.
“O projeto aqui [no Brasil] vai se estender por muito mais tempo. Só no Rio, vamos trabalhar durante uma semana. Existe um desafio de logística e comunicação muito grande e isso requer profissionais qualificados, não dá para contar apenas com voluntários. Mesmo assim, as parcerias têm muito mais peso nessa ação”, afirma Rocha.
Começo desafiador
Para se ter uma idéia da dimensão do desafio que os voluntários cariocas vão enfrentar, a cidade do Rio de Janeiro tem hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pouco mais de seis milhões de habitantes – quase um triplo de toda a Estônia, com 2,2 milhões de pessoas. Por outro lado, a Comlurb retira das ruas 3,1 toneladas de lixo por dia, o equivalente a 95 mil toneladas todo mês.
Esperançosa, Rocha espera que a ação no Rio recolha um volume muito maior do que o da Estônia: “considerando o número de voluntários que pretendemos convocar e a própria necessidade de praticar uma ação que realmente faça diferença, nossa expectativa é recolher em uma semana um volume dez vezes maior que o recolhido na Estônia, ou seja, algo em torno de 100 mil toneladas de lixo”.
Segundo a organização, cooperativas que fazem coleta de lixo reciclado são parte importante do projeto e serão beneficiadas diretamente. Mas a grande dificuldade é a destinação do lixo não reciclável. “Temos convicção de que esse é um grande desafio, pois ninguém quer esse material. Mas já iniciamos contatos com a prefeitura e estamos buscando outras parcerias que possam ajudar nesse sentido”, afirma Rocha.
“Intercâmbio” em Nova Dhéli
Depois do lançamento oficial do projeto no Brasil, integrantes da Atitude Brasil seguem para Nova Dhéli, onde farão uma espécie de intercâmbio junto aos organizadores da ação que vai acontecer na cidade em setembro. A idéia é vivenciar o processo de organização – que inclui campanha de mobilização, ações de comunicação e planejamento da estrutura e logística necessárias.
“Intercâmbio” em Nova Dhéli
Depois do lançamento oficial do projeto no Brasil, integrantes da Atitude Brasil seguem para Nova Dhéli, onde farão uma espécie de intercâmbio junto aos organizadores da ação que vai acontecer na cidade em setembro. A idéia é vivenciar o processo de organização – que inclui campanha de mobilização, ações de comunicação e planejamento da estrutura e logística necessárias.
“É uma realidade bem mais próxima da nossa. Aliás, lá [na Índia] os problemas com o lixo são bem mais complexos que no Brasil. Com certeza, nossa equipe sairá de lá com boas expectativas”, aposta.
Fonte: Instituto Akatu
20 de maio de 2010
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