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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

DIA NACIONAL DE COMBATE AO TABAGISMO

"Mais um Traguinho"
Porque é vital continuar alertando sobre os malefícios do cigarro
por Nira Bessler

Muitos fumantes não agüentam mais ouvir as advertências do Ministério da Saúde: Fumar causa câncer de pulmão, câncer de boca, infarto do coração etc. Mas não tem jeito; quem quiser falar seriamente sobre cigarro vai ter de transmitir todas essas informações. Por um motivo simples: elas são verdadeiras.

O cigarro é fator de risco para diversas doenças. Isso significa que uma pessoa que fuma tem mais chances de contrair uma série de males. Alguns estão diretamente ligados ao tabaco. De cada dez casos de câncer de pulmão, por exemplo, nove são conseqüência do fumo, assim como 85% das mortes por enfisemas.

Não é à toa que o Ministério da Saúde tem criado tantas medidas para desestimular o consumo de cigarro, principalmente nos últimos 15 anos. O fumo gera sobrecarga do sistema de saúde com tratamento de doenças ligadas a ele, causa mortes precoces de cidadãos em idade produtiva, aumenta as faltas no trabalho, reduz a qualidade de vida de fumantes e de sua família. Uma pesquisa do Banco Mundial apontou que esses e outros fatores geram uma perda de 200 bilhões de dólares por ano em todo o mundo.


Fumante inala mais de 4700 substâncias tóxicas a cada tragada

No Brasil, estima-se que 80 mil pessoas morram precocemente a cada ano devido ao tabagismo. Mas por que o fumo faz tanto mal? Quando uma pessoa traga a fumaça de um cigarro, está inalando mais de 4700 substâncias tóxicas. Muitas delas vêm do processo de plantio do tabaco. Os agrotóxicos utilizados na plantação acabam sendo inalados, por tabela, pelo fumante.

Outras substâncias fazem parte da própria composição do tabaco ou são produzidas durante sua queima. O monóxido de carbono - o mesmo gás venenoso que sai do escapamento de automóveis -, por exemplo, dificulta a oxigenação do sangue e causa doenças como a arteriosclerose.

O alcatrão é, na verdade, um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas. Assim, 30% das mortes por câncer se devem ao fumo. O tabagismo pode causar tumores não apenas no pulmão, mas também na boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero.

Mas um dos maiores vilões é mesmo a nicotina, responsável pelo prazer e pela dependência. Ela acelera a freqüência cardíaca e contribui para o surgimento de doenças cardio-vasculares. Basta dizer que 45% dos infartos agudos do miocardio em pessoas abaixo de 65 anos são causados por tabagismo. A nicotina também estimula a produção de ácido clorídrico, causando azia, podendo levar a uma úlcera e até a um câncer de estômago.


Área para fumantes: um mal necessário

Esses e muitos outros malefícios gerados pelo tabagismo não ficam restritos aos fumantes. As pessoas que convivem com eles também sofrem as conseqüências do cigarro. São os chamados fumantes passivos. Ao respirar a fumaça do cigarro, a pessoa está absorvendo substâncias tóxicas e cancerígenas. Por isso, o fumante passivo tem 30% a mais de chances de ter câncer, e a probabilidade de sofrer um infarto do miocárdio aumenta 24%, em relação a uma pessoa que não convive com tabagistas.

Está aí a importância de se criar ambientes exclusivos para fumantes em restaurantes e empresas. "É essencial conscientizar os funcionários que fumam de que ninguém está indo contra eles. O que estamos fazendo é proteger o não-fumante do tabagismo passivo. O fumante não está sendo discriminado, nem é proibido de fumar. Ele apenas terá uma área específica para isso. O não-fumante acaba sendo protegido da poluição", explica o médico pneumologista Ricardo Meireles, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

As advertências do Ministério da Saúde sobre os malefícios do cigarro e outras leis anti-tabagistas podem incomodar algumas pessoas, mas já estão dando resultados. Uma pesquisa recente, encomendada pelo INCA, demonstrou que, entre 1989 e 2002, o percentual de fumantes no Estado do Rio de Janeiro caiu de 29,8% para 21,4%. De acordo com INCA, tudo indica que essa é uma tendência nacional.

Fonte O dia Online

Dez motivos para largar o cigarro agora


Para animar os futuros ex-fumantes, é bom saber que há muitos benefícios a curtíssimo prazo quando se larga o vício de fumar. A seguir, uma lista com 10 boas notícias para a sua saúde, depois que se apaga o último cigarro.

1 - Em 20 minutos a pressão arterial e os batimentos cardíacos retornam ao normal

2 - Em 8 horas os níveis de monóxido de carbono retornam ao normal

3 - Em 1 dia há redução do risco de ataque cardíaco

4 - Em 3 dias há relaxamento dos brônquios e aumento da capacidade
respiratória

5 - De 2 a 12 semana melhora a circulação

6 - Entre poucos dias e algumas semanas (dependendo do quanto e por quanto tempo a pessoa fumava) o paladar e o olfato se recuperam completamente

7 - De 1 a 9 meses há redução de tosse, infecções e ocorre melhora da capacidade
respiratória

8 - Em 1 ano o risco de doença coronária cai pela metade

9 - De 10 a 15 anos o risco de doença coronariana se iguala ao de uma pessoa que nunca fumou


10 - De 15 a 20 anos o risco de câncer se aproxima do risco de uma pessoa que nunca fumou


Fonte: PrevFumo/Unifesp




terça-feira, 12 de agosto de 2008

Fazendo a diferença

Casal cria ONG para proteger o litoral brasileiro e prova que, mesmo sem a ajuda do governo, é possível preservar o meio ambiente

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CASAL-LIMPEZA Heloísa e Marcelo se unem na hora de catar o lixo deixado pelos turistas nas praias (foto: Smorigo)
Tudo começou em 1999. No Rio de Janeiro, o verão daquele ano foi marcado pelo rompimento de um tubo submarino que transporta para o mar aberto o esgoto produzido na cidade, evitando a liberação de poluentes na orla. Resultado: as principais praias cariocas foram interditadas para uso dos banhistas, porque estavam completamente poluídas.

Marcelo Marinello, de 50 anos, que na época era professor de surfe, não pôde mais dar aulas. Revoltado com a situação, ele fincou uma prancha na areia e afixou nela cartazes com informações sobre o acidente.Depois, promoveu uma passeata. Fechamos a avenida Vieira Souto, em frente à praia de Ipanema. Queríamos mobilizar toda a população carioca. Foi então que surgiu a S.O.S. Praias Brasil, conta ele.

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SUPER-HERÓI Marcelo se fantasia e luta pelo planeta (foto: Alex Genari)
HOMEM BITUCA E MULHER LATINHA
A ONG é formada apenas por Marcelo e sua esposa, Heloísa Azevedo, que é professora de Educação Física. Durante o ano todo, o casal percorre várias praias em um motorhome (espécie de casa sobre rodas) fazendo campanhas de conscientização, principalmente durante campeonatos de surfe e shows. Para chamar a atenção, eles usam fantasias: ele, de Homem Bituca; ela, de Mulher Latinha. Vestidos com roupas de super-heróis do meio ambiente, eles catam lixo, distribuem sacos plásticos e brincam com as crianças. Algumas pessoas participam, mas muitas viram a cara e continuam sujando. O brasileiro não tem consciência ambiental. Ele sabe que precisa fazer alguma coisa, mas não se dá ao trabalho, diz Marcelo.

TODOS PODEM AJUDAR
Para fazer a ONG sobreviver, Marcelo e Heloísa estão sempre atrás de apoio. Não recebemos ajuda do governo, mas ao longo dos anos conhecemos pessoas dispostas a nos ajudar, explicam. Eles também decidiram fazer um abaixo-assinado para criar um projeto de lei que obrigue cidades litorâneas a construir estações de tratamento de esgoto. Em oito anos, juntaram 300 mil assinaturas. É pouco. Qualquer pessoa pode ajudar. É só imprimir a lista no site www.sospraiasbrasil.org.br, colher assinaturas entre os amigos e nos reenviar pelo correio. Segundo Marcelo, não adianta reclamar que o planeta está piorando e não se mobilizar para mudar as coisas. Uma pessoa pode fazer muita coisa. Basta ter uma idéia e batalhar por ela. O casal é a prova de que isso é possível!

AS LIÇÕES DA S.O.S. PRAIAS BRASIL

Tenha a iniciativa
A ONG S.O.S. Praias Brasil surgiu de uma atitude simples, de fincar a prancha na areia. Não é necessário mobilizar um exército para mudar o mundo: basta acreditar nas suas idéias e lutar para torná-las realidade no seu dia-a-dia.

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DE OLHO NO FUTURO As crianças precisam ser conscientizadas (foto: Arquivo SOS)
Pense nas crianças
Elas são o futuro. É nelas que temos de construir a idéia de preservação. É difícil mudar o comportamento de um adulto mal-educado, mas as crianças ainda podem ser conscientizadas, explica Marcelo.

Não desista
Como não recebem ajuda garantida todo mês, às vezes as contas apertam. Heloísa já pensou em voltar a dar aulas. Mas o Marcelo não me deixa desistir. Por mais dificuldades que a gente passe, ele tem certeza de que fazer isso é o certo.

Tenha colaboradores
Conseguimos manter a ONG por causa das pessoas que conhecemos nos últimos anos. Elas sabem do nosso projeto e contribuem para nossas campanhas, doam camisetas e adesivos para vendermos. Sem eles, a S.O.S. Praias Brasil não estaria viva até hoje, conta Marcelo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Poluição e os oceanos

Poluição e os oceanos


As Fontes de Poluição

Lançamento de esgoto

Cerca de 50 milhões de litros de esgoto são lançados diariamente no Oceano Pacífico por este cano no Moa Point, uma praia de surfe próxima a Wellington, Nova Zelândia.


Não existem mistérios acerca da poluição dos mares. O pior problema, atualmente, é o enorme despejo de esgoto não-tratado e de efluentes industriais, sem qualquer preocupação com as possíveis conseqüências.

Isso foi dito por Stjepan Kecknes, diretor do Centro de Programas de Atividades Oceânicas e Costeiras do PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente –, cuja tarefa é auxiliar na limpeza dos mares do nosso planeta. Oitenta e cinco por cento dos 20 bilhões de toneladas de material poluente despejados anualmente nos oceanos provêm dos continentes. Noventa por cento desse material permanece na área costeira, criando sérios problemas ambientais e de saúde. Neste capítulo, veremos como os mares se tornam poluídos e quais os prejuízos que isso acarreta.

Resíduos jogados no mar

Resíduos de fertilizantes fosfatados no Togo, oeste da África, são bombeados diretamente no mar. É um método barato de se livrar deles, mas quanto o mar poderá recebê-los antes de começar a sofrer danos?


Despejo de esgoto doméstico

Em todo o mundo, grande quantidade de esgoto doméstico é despejada no mar, mas somente uma parte é previamente tratada. O oxigênio e as bactérias do mar ajudam bastante a neutralizar o esgoto, tornando-o inofensivo e permitindo que seja usado por animais e plantas. Afinal de contas, o mar está repleto de animais que produzem detritos durante todo o tempo. Contudo, a quantidade de resíduos que pode ser despejada nele é limitada.

O número de pessoas que vivem em cidades litorâneas está crescendo em todo o nosso planeta, e mais esgoto é produzido sem que o mar possa processá-lo. Tecnicamente, tratar os esgotos antes de lançá-los no mar não é um problema, mas custa caro. As nações em desenvolvimento, em particular, ressentem-se da falta de recursos financeiros para construir estações de tratamento em número suficiente. No Sudeste Asiático, onde essas estações são poucas, o problema é mais sério ainda. Mesmo as nações ricas freqüentemente relutam em gastar dinheiro com estações de tratamento e, assim, os esgotos acabam sendo lançados nas praias, o que não é somente desagradável, mas constitui um grave risco para a saúde.

Lixo jogado na areia da praia

Lixo amontoado em uma praia, em Lanzarote, que também é usada pelas tartarugas na época da reprodução. Para que a vida silvestre não sofra problemas futuros, as pessoas devem eliminar seu lixo com o máximo cuidado.


Resíduos industriais e urbanos

Muitas cidades do mundo são densamente povoadas e possuem indústrias pesadas. Uma grande quantidade de despejos industriais é lançada diretamente no mar ou chega até ele através dos rios nos quais é despejada. Enquanto o esgoto doméstico é orgânico e pode ser reciclado pelo mar, grande parte do esgoto industrial é inorgânica, não se decompondo facilmente e permanecendo inalterada. Gradualmente, esses dois tipos de esgotos se somam, causando cada vez mais poluição. Mais de 100 mil produtos químicos diferentes têm como destino final o mar e, com freqüência, ninguém sabe quais serão as conseqüências. A maior parte permanece nas águas costeiras, porém, como o oceano é um vasto sistema móvel, os compostos químicos vão lentamente se espalhando por ele. Ainda não se sabe como esses produtos afetam a vida marinha.

Nem todos os resíduos originam-se diretamente das indústrias. Muitos produtos químicos provêm das casas e são despejados no sistema de esgoto. As chuvas carregam o óleo, a graxa e outras sujeiras das estradas, veículos e construções para os rios e deles para o mar. Além disso, a chuva que cai no mar está contaminada com poluentes atmosféricos oriundos das chaminés das fábricas, das unidades de aquecimento central e dos escapamentos dos veículos.

Petróleo na areia da praia

Um derramamento de petróleo atinge o oceano após algum acidente. Muitas vezes, o petróleo é levado até as praias, formando um negro e grosso breu, desagradável para o homem e perigoso para os animais.


Resíduos da agricultura

Alguns dos produtos químicos usados na agricultura também acabam chegando ao mar. Fertilizantes são colocados no solo para um maior e melhor crescimento dos vegetais; inseticidas são amplamente utilizados pelos fazendeiros para eliminar pragas que possam dizimar as plantações; herbicidas são borrifados nas plantas para eliminar ervas daninhas. Alguns desses agentes químicos, fortemente tóxicos, são levados pela chuva para regatos e rios, atingindo o oceano, onde continuam ativos, causando danos como o crescimento defeituoso das algas.

Petróleo

Estima-se que aproximadamente 6 milhões de toneladas de petróleo são despejados no mar a cada ano, uma parte devido a acidentes no embarque e desembarque desse minério nos navios. O restante provém de petroleiros que lavam seus tanques com água do mar, despejando-a ilegalmente no oceano; de refinarias e terminais de carga e descarga de navios-tanque; de pontos de perfuração de plataformas marítimas e oleodutos submarinos. Outra parte, ainda, é simplesmente lavada pela chuva, indo de estradas, veículos e prédios em direção ao mar.

Destinação dos resíduos

O lixo também é carregado em navios e lançado no mar. Certos resíduos de esgotos são regularmente despejados nas águas marinhas. Produtos tóxicos perigosos, como os PCBs usados na indústria elétrica, são queimados no mar, em navios incineradores especiais. Muitos portos são ainda mantidos em funcionamento graças a dragas que continuamente promovem o desassoreamento do leito dos rios, atirando no oceano os sedimentos que podem estar contaminados com produtos provenientes de despejos urbanos e industriais nas proximidades do porto.

Cachorro preso na coleira

Em muitas cidades litorâneas, como Brighton, na Inglaterra, as autoridades locais proibiram a permanência de cães na praia.


As pessoas, atualmente, têm mais cuidado com o que despejam no mar. Ao término da Segunda Guerra Mundial, 170 mil toneladas de gases venenosos foram postas em navios, que afundaram na Noruega. As autoridades agora tentam rastrear e recuperar os recipientes tóxicos antes que comecem a vazar e prejudicar as áreas de pesca.

Referências bibliográficas