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quinta-feira, 16 de julho de 2009

PinguimEco no WQS em Florianópolis



Não podíamos deixar de estar presentes na etapa de Santa Catarina do WQS 2009. Agora com nosso novo amigo e personagem, o PinguimEco, que veio para alertar nossa população dos perigos e males do Aquecimento Global, encabeçando a campanha Saving the Planet da UOT em parceria com a ONG SOS PRAIAS BRASIL.




Assista ao filme do PinguimEco no WQS na praia Mole em Florianópolis

http://www.youtube.com/watch?v=x9SHdvvWLp4


Nesta postagem daremos mais um alerta a respeito da poluição em nossas praias.
São dados coletados em praias brasileiras. Esta postagem não quer fazer com que praias específicas, aqui mencionadas, sejam estigmatizadas e sofram discriminação. Apenas recebemos dados que fazem parte da estatística brasileira. Muitas outras praias no Brasil estão em piores condições. São dados científicos que foram publicados para que qualquer pessoa comum pudesse ter acesso. www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/arquivo/39_avalia%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520da%2520presen%25C3%25A7a%2520de%2520fungos%2520e%2520bact%25C3%25A9rias.PDF

Segue abaixo um resumo da pesquisa.




Animais, restos de comida, lixo e línguas negras nas praias podem constituir um cenário de ameaça à saúde dos banhistas. Este estudo realizado em duas praias cariocas além de demonstrar o potencial de risco à saúde decorrente do contato com areias de praias em áreas densamente urbanizadas, comprova a importância do estabelecimento de uma política de educação ao usuário, aliada aos serviços já oferecidos pela Prefeitura (monitoramento de água - SMAC e controle de qualidade de areias – COMLURB), para recuperação da qualidade ambiental das praias.

Embora o homem sempre tenha introduzido poluentes no seu ambiente natural houve uma mudança rápida para que a poluição humana colocasse em risco a sobrevivência do planeta, onde o principal fator foi a industrialização, com a produção de produtos mais resistentes à degradação no meio ambiente. Sua ‘duração de vida’, por vezes considerável, torna o seu impacto muitas vezes mais profundo, tanto no seio das comunidades naturais quanto ao próprio homem. Aos produtos não assimiláveis pelo meio natural somou-se o acúmulo de detritos, devido o crescimento da população. Esses detritos acumulados tornam-se cada vez mais resistentes à ação natural de reciclagem, incluindo o lixo deixado nas areias das praias. As areias contaminadas podem transmitir a banhistas inúmeras doenças causadas por bactérias, fungos e outros parasitas. A contaminação pode ocorrer pela ingestão acidental, levando a mão suja de areia à boca e/ou contato com a pele.

Os resultados encontrados serviram como um indicador da qualidade das areias das praias escolhidas, sugerindo a importância de um monitoramento contínuo e a implantação de uma política educacional ambiental, que além de medir a qualidade das águas possa também avaliar a qualidade das areias. Os indicadores de qualidade quanto às condições de banho nas praias são os índices de coliformes fecais na água. As areias são, no entanto, uma possível fonte de contágio de microorganismos patogênicos.
A qualidade ambiental das praias tem adquirido uma importância crescente por razões ambientais e de saúde pública. Atualmente, os indicadores de qualidade disponíveis que geralmente permitem uma avaliação por parte da população quanto às condições de banho são os índices de coliformes fecais na água. Pessoas em suas atividades de lazer nas praias mantêm um contato estreito com a areia, simultaneamente, são uma das principais fontes de contaminação da
mesma juntamente com a água e os animais que dividem o mesmo espaço. O homem e os animais transmitem à areia microorganismos potencialmente patogênicos de que são portadores e por outro lado produzem resíduos que são o substrato ideal para o desenvolvimento destes microorganismos.
As praias do litoral do Rio de Janeiro além de sofrer com o esgoto jogado clandestinamente estão também sujeitas a outros tipos de poluentes. Hoje em dia pela intensa e desordenada urbanização com uma política de educação ambiental e programas de despoluição que começaram de forma tardia, vem ocorrendo um aumento significativo das micoses de praia, assim como outras doenças, incluindo problemas do trato gastrointestinal. A presença excessiva de pombos nas praias é um exemplo, onde pode ocorrer a contaminação das areias com fungos nocivos, os quais associados ao lixo despejado, fazem desse local um propício meio de cultura.

Resultado dos Fungos Patogênicos Encontrados:

  • Grupo F1 Fungos leveduriformes.
  • Grupo F2 Fungos filamentosos patogênicos.
  • Grupo F3 Dermatófitos.

Tabela dos Fungos Encontrados


Grupo F1 Grupo F2 Grupo F3
Cândida albicans Aspergillus sp. Microsporum sp.
Cândida sp. Aspergillus niger Trichophyton sp.
Rhodotorula sp. Aspergillus fumigatus Epidermophyton sp.
Fusarium sp.
Scopulariopsis sp.
Chrysosporium sp.
Cryptococus neoforms
Histoplasma capsulatum


Resultado das Bactérias Patogênicas Encontradas


  • Grupo B1 Indicadores de contaminação fecal.
  • Grupo B2 Indicadores de contaminação humana e/ou animal.
  • Grupo B3 Microorganismos patogênicos e/ou alergênicos.

Tabela das Bactérias Encontradas


Grupo B1 Grupo B2 Grupo B3
Coliformes fecais
Staphylococcus sp. Pseudomonas aeruginosa
Escherichia coli Staphylococcus coagulase +
Enterococus
Campylobacter jejuni


RESULTADOS DA CONTAGEM DE COLIFORMES TOTAIS E FECAIS*

Coliformes totais / 100ml ⇒2.500 Coliformes fecais / 100ml ⇒1.000

*Coliformes em 100 ml; calculado pelo NMP de coliformes em 10 ml da
diluição de areia em solução salina.

VALORES DE REFERÊNCIA PARA ÁGUA
  • Coliformes totais / 100ml Valor Máximo Recomendado ⇒500
Valor Máximo Admissível ⇒10.000
  • Coliformes fecais / 100ml Valor Máximo Recomendado ⇒100
Valor Máximo Admissível ⇒2.000



Foi encontrado uma grande quantidade de microorganismos patogênicos nas areias de ambas as praias. O fungo Histoplasma capsulatum e a bactéria Campylobacter jejuni não foram encontrados nas regiões de areia úmida, nas proximidades da água do mar, mas sim nas regiões exclusivamente de areia seca, próximos as árvores, onde prevalece a sombra em grande parte do dia, se tornando assim uma área muito utilizada pelos usuários das praias. Todos os
microorganismos foram encontrados de uma forma homogênea nas praias da Urca e Vermelha, não havendo assim um microorganismo que fosse achado em apenas uma das praias.

Os dados demonstram a necessidade da implantação de uma metodologia que possa minimizar a contaminação da areia, mesmo que essa seja transitória, podendo começar pela distribuição contínua de panfletos junto a sacos descartáveis, mistura das camadas de areia por uma escavadeira e ainda assim a inclusão do tema educação ambiental nas salas de aula, alertando sobre as areias das praias. Os resultados nos levam a perceber que não só o monitoramento das águas é ideal para a segurança coletiva dos usuários das Praias da Urca e Vermelha, ainda que seja apenas no período pesquisado.


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