Nossa despedida de Porto de Galinhas foi muito emocionante. Fizemos bons amigos por lá. Eu particularmente, ganhei alguns "filhos". Lágrimas foram derramadas e com direito a muitos discursos de despedidas e saudades. Foi muito bom estarmos por lá e esperamos um dia poder voltar.
Saída dia 24 de maio. No retorno paramos para pernoitar em Barra de Santo Antônio. Nosso objetivo era visitar a Ilha da Croa, mas o tempo não estava bom e logo pela manhã seguimos viagem parando na praia de Tabuba e constatando haver muito lixo na bela praia. Uma lástima! Mais a frente a praia de Sonho Verde abrigava um centro de preservação do Peixe-Boi marinho e descobrimos lá, não existir mais. Outra lástima! Passamos por Maceió, desta vez com muito sol. A paisagem estava maravilhosa. Fizemos compras e por muita coincidência encontramos um casal de amigos do camping da Maranduba em Ubatuba. Claudia (mãe da nossa querida Lequinha, Vini e André) e Laerte. Foi muito bom revê-los, ainda mais numa situação inusitada como essa. Paramos novamente na praia do Francês para checar as ondas e o mar ainda não havia alinhado. Pernoitamos por lá e seguimos viagem logo cedo. Em Barra de São Miguel saímos da estrada litorânea e pegamos a BR 101 para podermos chegar mais rápido a nossa próxima parada. Dia 28 de maio e estávamos com problemas no motor de arranque. Precisamos parar para trocarmos esta peça. Lá se foram várias horas de espera. No dia seguinte lá estávamos nós novamente na estrada bem cedo. Normalmente às 6:00h já estamos prontos pra partir. Entramos por uma estrada em Ubaitaba para chegarmos mais rápido à Itacaré. Chegando a parte norte de Ilhéus, de onde sai a BA 001 para Itacaré, foi muito bom poder ver novamente o mar e todos aqueles coqueiros! Paramos na praia do Pé de Serra que ainda não conhecíamos. Eu e Marcelo. Para Marcel tudo é novidade, pois é a primeira vez que vem para o nordeste brasileiro. Almoçamos, filmamos bastante e brincamos com gansos que haviam por lá. Finalmente chegamos à Itacaré por volta das 16:00h do dia 29 de maio. Nosso objetivo era rever os amigos, surfar e poder checar como anda a consciência ambiental do povo. A entrada da cidade está sendo urbanizada e também várias obras por toda a cidade. Ficou até um pouco complicado para passarmos até a rua que dá acesso às praias do centro. Não ficamos muito felizes com o que vimos logo na chegada da praia da Tiririca, onde sempre ficamos. Muito lixo encostado a uma cerca. Sempre houve essa problemática de onde colocar o lixo para a coleta, mas pensávamos que haviam conseguido resolver. Por lá, não só os cães fazem a festa nos sacos plásticos. Cavalos e urubus também caçam seu alimento nesse lixo depositado erradamente no local. Até existe uma lixeira, mas estava com a boca virada para baixo parecendo não ser necessário o seu uso. No dia seguinte a nossa chegada foi a primeira coisa que tentamos melhorar, pelo menos momentaneamente no local. Ensacamos todo o lixo novamente e depositamos na lixeira. Varremos o local e mudamos a lixeira para um local de melhor acesso. No dia seguinte já havia lixo no local anterior, mas pareceu que surtiu algum efeito pois no segundo dia resolveram usar a lixeira e já não deixaram tantos sacos para fora. Conversamos com alguns funcionários das pousadas e dos bares para tentarem melhorar o problema. Esperamos que sim.
Hoje dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente e voltamos a estrada para podermos chegar a próxima etapa do SuperSurf, de 11 a 15 na praia de Maresias em São Sebastião (SP). Estamos pernoitando em Itamaraju no sul da Bahia. Abaixo segue matéria sobre este dia especial do Dia Online. Esperamos poder estar contribuindo sempre para a melhoria do pensamento humano em relação a nossa saúde ambiental. Precisamos sempre pensar em como estaremos vivendo se continuarmos com nossa vidinha de sempre sem pensarmos nas consequências de nossas atitudes diárias. SOS PRAIAS BRASIL JÁ E SAVING THE PLANET
Dia Mundial do Meio Ambiente: futuro sustentável só depende de você
Rio – Mudanças climáticas drásticas, furacões, tempestades, ondas gigantes, ondas de calor insuportáveis, poluição acima do que nossos pulmões podem agüentar, doenças respiratórias, fome por má distribuição de alimentos e concentração de renda. Tudo isso é culpa de quem? Dos políticos corruptos, que só querem saber de lucrar com o dinheiro público, diriam os mais ferrenhos defensores do bom senso e das posturas corretas. Mas não é bem por aí.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, vale lembrar mais uma vez que é em cada atitude individual que mora a semente do comportamento coletivo. E pensar no meio ambiente como parte da natureza a qual nós, seres humanos, pertencemos, é tarefa para cada um. De acordo com a consultora do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Maluh Berciotte, vivemos em um estado de “normose”, no qual aguardamos que a solução parta dos outros, sem nos preocuparmos em fazer nossa parte.
“A questão do lixo é básica. No mercado tem uma embalagem de isopor, um saco plástico para cada produto, mas a gente percebe que aquilo não tem valor. A insustentabilidade está em cada ponto. Com o lixo, é uma relação mágica. Ele desaparece da nossa porta e vai direto para o aterro sanitário”, afirmou Maluh, em entrevista ao Dia Online.
Todos os nossos resíduos acabam assumindo o papel de objetos invisíveis. Usamos e jogamos fora, mas não nos vêm à cabeça onde tudo aquilo vai parar. Maluh Barciotte avalia que essa maneira de enxergar a relação com o meio ambiente está mudando aos poucos. Segundo ela, o modo como recebemos a notícia que que nossa relação com o meio ambiente está insustentável é o mesmo quando recebemos a notícia de uma doença.
“O médico dá a notícia ruim e a primeira reação da pessoa é negar. Depois ela se irrita, briga, argumenta o contrário. Só assim ela entende e tenta se recuperar. Nós estamos passando para a fase do entendimento. Mas muita gente nega e alguns ainda estão brigando”, avalia.
A diretriz
Embora exista uma corrente formada principalmente por ambientalistas, um novo paradigma que inclua a variável ambiental em todos as relações sociais só será possível se houver uma relativização da sociedade capitalista, explica a consultora do Akatu. Segundo Maluh Barciotte, deve-se pensar a agenda econômica em paralelo com a agenda ambiental.
“ Enquanto a agenda econômica for a diretriz básica, vamos ficar em decisões paleativas e demagógicas. Mas se a gente pensar como uma empresa, vamos notar que as empresas acabam sendo mais ágeis que os países. Porque elas têm visão de equilíbrio. Os recursos devem ser sustentáveis, ela não pode estar bem só por dois anos. Nossa visão é a curto prazo e para um grupo pequeno. Então ela é falsa”.
Modelo de civilização e consumo
Os povos indígenas tomavam suas decisões pensando em sete gerações para frente e também em seus antepassados. E sua relação com a natureza era harmônica. A sociedade de consumo em que vivemos trabalha sempre com a renovação e torna obsoletos os produtos que nos servem para que o consumo não pare. Até certo ponto isso eleva o padrão de conforto e qualidade de vida das pessoas. Mas até agora, o que se vê é um modelo de desenvolvimento que cria desigualdades. Na opinião da consultora Maluh Barciotte, essa cultura está doente.
“Com isso o ser humano foi ficando acomodado. Aí você vai de carro para a academia. Acha que lixo em excesso é normal e pensa em separar para reciclar, em que de evitar que ele exista, reutilizar. A reciclagem não salva o planeta, o melhor é não gerar os resíduos. Como o ser humano é ligado ao conforto e ao comodismo, é bom esses choques de realidade”.
Hábitos de conforto costumeiros em ambientes de classe média e alta acabam tomando feições de status, ao passo que traduzem a falta de consciência para uma cultura de desperdício. “Tem gente que adora ligar o ar condicionado no máximo para dormir de edredom., ou há quem diga que quanto mais gelado mais chique o ambiente. Nos automóveis, quanto maior o carro, mais espaço ele vai ocupar para carregar alguém de 70kg, isso é mais desvantajoso, gasta mais combustível e polui mais. Então a gente tinha que caminhar na direção de carros mais sustentáveis , menores , com menor uso de energia”, afirma Maluh.
Note que nada que você fizer pensando em vantagem própria vai dar totalmente certo. Como dizia o matemático americano John Nash, em sua Teoria dos Jogos, se todos quiserem tirar vantagem de alguma situação, todos sairão perdendo. Então mova-se pensando no outro, que alguém estará pensando em você.
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