Translate

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Emissários submarinos - Prós e contras

O que são?
Emissários são sistemas destinados a lançar os esgotos sanitários no meio marinho, visando aproveitar a grande capacidade de depuração do oceano, em função de seu enorme volume de água.

Quantos são no litoral brasileiro?
Atualmente em nosso país existem em operação, 22 emissários submarinos, localizados em Manaus, Boa Vista, Fortaleza, Maceió, Aracajú, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Guarujá, Santos, São Vicente (SP) e Praia Grande (SP).

Como funcionam?
Após a coleta, o esgoto é encaminhado para estações de pré-condicionamento (EPC)
onde passam por um gradeamento, peneiramento para remoção dos sólidos e por cloração, sendo
encaminhado através de tubulações para ser lançado no mar pelos difusores.

Onde podem ser construídos:
- o mais distante da costa e profundo possível;
- em áreas abertas, onde a circulação oceânica é facilitada.

Possíveis impactos no ambiente marinho:
a) acúmulo de matéria orgânica;
b) excesso de nutrientes (eutrofização);
c) sólidos em suspensão; diminuição da transparência;
d) efeito visual ruim;
e) possibilidade de contaminação por microorganismos.

O mar tem uma grande capacidade de assimilação de poluentes biodegradáveis. Os constituintes do efluente além de serem diluídos após a descarga são degradados e gradualmente
desaparecem do meio.

Os constituintes conservativos do efluente não são degradados e a sua concentração no meio líquido diminui apenas por efeito de diluição. Porém, e uma vez que não desaparecem, estes compostos acumulam-se no sedimento marinho aumentando aqui a sua concentração ao longo do tempo. São já bem conhecidos os efeitos negativos deste processo sobre a flora e a fauna marinhas. No que diz respeito às espécies conservativas, o emissário não exerce nenhum tratamento e constitui somente um modo de deposição final no oceano.

O futuro

Os emissários submarinos não terão futuro nas seguintes situações:

* Em zonas onde a gestão dos recursos hídricos apontar como indispensável proceder à reutilização da água e essa recuperação for possível;

* Em zonas sensíveis (baixa capacidade de depuração) onde sejam descarregados efluentes com elevada carga poluente pois provavelmente tem maior viabilidade económica o tratamento total em terra uma vez que mesmo com o emissário o grau de pré-tratamento tem já que ser elevado;

* Se são descarregados efluentes industriais ou domésticos com mistura de industriais e não forem impostas regras que impliquem o tratamento adequado do efluente.

Pouca gente já ouviu falar do Protocolo de Annapolis, que trata sobre o monitoramento da balneabilidade das águas marinhas recreacionais.
O especialista em engenharia ambiental Fernando Botafogo Gonçalves comentou, durante uma palestra, que a Constituição Estadual obriga os projetos de emissários submarinos, adotarem uma forma de tratamento prévio de esgotos sanitários, definida, em detalhes na Carta estadual.
É muito pouco provável que um banhista venha a entrar em contato físico com efluentes sanitários em seu estado bruto ou tratado. Os emissários são uma alternativa de baixo risco à saúde humana.

Abaixo vários links com informações relativas ao assunto Emissários submarinos e tratamento de esgotos e também consumo de água. Leiam e tirem suas conclusões.


http://www.luizprado.com.br/2007/04/12/emissario-submarino-infringindo-a-lei-e-enganando-os-trouxas/

http://sospontanegra.blogspot.com/2008_04_01_archive.html

http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL87528-5606,00.html

http://www.ambiente.sp.gov.br/destaque/031203_emissarios.htm

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2007/01/070129_australiaaguag.shtml

http://www.usp.br/agenciausp/UOLnoticia.php?nome=noticia&codntc=18707

http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=34682&edt=10


A Situação em Outros Países

Dentre os países desenvolvidos onde há água tratada e sistema completo de esgoto sanitário para 100% da população, o Canadá tem se destacado em um movimento de promoção da saúde, defendendo o conceito de cidade saudável, que tem hoje o aval da Organização Mundial de Saúde/Organização Panamericana de Saúde (OMS/OPAS).

Os Estados Unidos e a maior parte dos países europeus já resolveram o problema da coleta, tratamento e disposição do esgoto sanitário há muitas décadas. Em alguns países, há mais de um século. Os investimentos que são feitos atualmente nesses países referem-se à modernização ou ampliação dos sistemas já implantados.

A cidade de Chicago, uma das mais desenvolvidas dos Estados Unidos, é um exemplo de universalização do serviço. Dos cerca de 2 milhões de domicílios, 98,7% dispõem de coleta e tratamento do esgoto sanitário, 1% possui fossas sépticas e apenas 0,2% do total destinam os esgotos domésticos através de outros meios.

Em San Diego, no Estado da Califórnia, dos 946.240 domicílios existentes na cidade, 93,2% são atendidos por sistema público de coleta de esgoto sanitário, 6,5% dispõem de fossas sépticas e 0,3% dispõem o esgoto através de outros meios.

Miami, dos 771.288 domicílios, 15,1% destinam o esgoto sanitário a fossas sépticas e 84,4% ao sistema público de coleta e tratamento. Apenas 0,5% dos domicílios utilizam-se de outros meios para a destinação do esgoto sanitário*.


(*) Esses dados relativos às cidades norte-americanas foram obtidos do site oficial do Censo realizado pelo Governo dos Estados Unidos: www.census.gov.

Um comentário:

UOT - Union Ocean Team disse...

Parabéns pelo belo trabalho que realizam nas praias brasileiras e pela nova ferramenta de interação.
Paulo Rubini
Gerente Webmarketing UOT